“Não tem como fazer uma fraude na urna sem deixar rastros”, explica analista judiciário
Jaime
Barreiros, analista do TRE-BA, explica que as urnas eletrônicas possuem mais de
30 camadas de segurança e são submetidas a testes públicos com hackers
18/06/2021
14:23
Urna
Eletrônica
Cada
ano que passa, a Justiça Eleitoral aprimora ainda mais a segurança das urnas
eletrônicas para garantir ao cidadão o direito ao voto na escolha de
representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, seja municipal, estadual ou
federal. Mais de 35 países no mundo usam a urna eletrônica brasileira em
escolhas eleitorais, entre eles, países desenvolvidos, como a Suíça, Canadá,
Austrália e algumas regiões dos Estados Unidos.
Nesses
25 anos de urna eletrônica, a Justiça Eleitoral brasileira já emprestou os equipamentos
para países como República Dominicana, Costa Rica, Equador, Argentina,
Guiné-Bissau, Haiti e México, além do Paraguai para realizarem eleições. Vale
sempre lembrar que a tecnologia foi totalmente desenvolvida pelo Brasil.
O
analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Jaime
Barreiros, afirma que a segurança das urnas eletrônicas é inquestionável por
ela possuir mais de 30 camadas de segurança. O sistema das urnas é
criptografado, as urnas não estão conectadas à internet ou a qualquer rede.
Para tentar fraudar a urna, seria preciso violar todo o sistema de segurança e
somente no momento da votação. “Além disso, as urnas não estão sujeitas a
ataques hackers, pois não estão ligadas à internet. E uma eventual fraude passaria
pela ruptura dos lacres. Não tem como fazer uma fraude na urna sem deixar
rastros”, explica o analista judiciário.
Jaime
Barreiros lembra que a auditoria é feita por partidos políticos, por membros do
Ministério Público, pela Polícia Federal, por entidades cadastradas pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
entre outras, além da própria imprensa. A lacração das urnas, por exemplo, é
realizada em um evento público, com participação de diversos atores públicos.
Periodicamente, o TSE realiza o Teste Público de Segurança (TPS), convidando
entidades e especialistas em computação para que testem a segurança das urnas,
colocando o sistema à prova por “hackers”.
Outra
medida de segurança é a realização de uma eleição paralela na sede do Regional,
com urnas sorteadas. Conforme Jaime Barreiros explica, essa eleição é realizada
em uma sala equipada com câmeras de segurança, em um processo público, com
participação da imprensa. Essa simulação é uma espécie de “tira-teima” para
assegurar que as urnas estão contando os votos corretamente. Ao final do
sistema, há uma checagem para demonstrar que o resultado simulado foi idêntico
ao Boletim da Urna (BU).
Na
história recente da democracia brasileira, as eleições foram realizadas em
cédulas de papel por um período, o que provocava diversas fraudes nos pleitos
eleitorais. Para Jaime, a história do Brasil justifica a necessidade da criação
das urnas eletrônicas, que acabou com diversos problemas enfrentados pela
Justiça Eleitoral em anos anteriores a 1996. “A presença humana na apuração dos
votos deixava o processo eleitoral vulnerável. Ocorria diversas fraudes na
contagem dos votos, com preenchimento de votos em brancos, rasuras para tornar
votos nulos. Desde a criação da urna eletrônica, isso não existe mais, pois ela
apresenta essas diversas camadas de segurança”, pontua o analista.
Após
a finalização da votação na seção eleitoral, cada urna imprime algumas vias do
Boletim de Urna (BU), que serão assinadas por fiscais presentes e pelos
mesários e mesárias. Uma das vias é afixada na porta da seção eleitoral e outra
é entregue aos fiscais de partido presentes. Assim, cada eleitora ou eleitor,
fiscal, partido, candidata ou candidato, pode fazer a sua própria totalização,
somando os votos de cada boletim.
Todas
as portas de conexão da urna são lacradas com lacres feitos pela Casa da Moeda,
ficando inacessível ao eleitorado, que somente tem acesso à tela e ao teclado
de votação. A tela da urna não é touchscreen. Qualquer ato de tentar acessar
alguma parte da urna que não seja o teclado será visto por todos os presentes
na seção, que terão o poder de impedir a ação.
As
camadas de segurança
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